Acadêmica de Fisioterapia
ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS E RELAÇÕES ÉTNICOS RACIAIS
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RACISMO NO BRASIL
Racismo é o nome dado a descriminação e preconceito, consciente ou inconsciente, que tem raça como alvo, pessoas ou grupos relacionados a sua etnia ou cor. O Brasil foi o último pais a abolir a escravidão, em 1888, não é exclusivo do Brasil, também é constatado em países colonizadores e colonizados, alguns com maiores porcentagens e outros com menores.
Após abolir a escravidão, em torno de 1.500.00 negros foram inseridas na sociedade brasileira sem nenhum suporte, e com a herança histórica de centenas de anos de escravidão, nasce o que atualmente chamamos de Racismo Estrutural.
Segundo pesquisas, os hábitos, situações e falas embutidas nos costumes visto até hoje, começou a se espalhar entre o século XVI e XVII por conta da colonização do continente americano, onde os europeus começaram a espalhar ideias de que eles eram mais inteligentes, mais capazes e os negros e indígenas eram considerados animais.
Após a abolição, os negros não tinham para onde ir, não havia suporte, não conseguiam empregos dignos, ainda preservavam o pensamento escravocrata, e foi nessa época que começou o estigma de que “negros são preguiçosos” e “não gostam de trabalhar”.
Sem oportunidades, os negros foram morar onde ninguém queria morar, no morros, e assim começaram as “favelas”, não havia emprego, não havia condições básicas de sobrevivência para os negros.
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A estrutura formou e traz até hoje pensamentos preconceituosos, falas e hábitos de linguagem incorporados ao cotidiano. Exemplo:
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“Cor de pele” – Desde criança nos ensinam que cor de pele é um lápis de cor rosada, meio bege, quando na verdade ele não representa o tom de pele de todos, principalmente no brasil.
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“Denegrir” – Significa tornar algo negro ou escuro.
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“Meia tigela” – No tempo de escravidão, quando os negos não alcançava as metas dadas, recebiam como punição apenas “meia tigela”, significando que era sem valor e medíocre.
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“Mulata(o)” – Na língua espanhola, refere-se a filhote de cruzamento de cavalo com jumenta ou jumento com égua.
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“Não sou tuas negas” – Referindo a mulher negra como “qualquer uma” ou de “de todo mundo”.
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E outras inúmeras falas, “a coisa ta preta”, “serviço de preto”, “mercado negro”, “magia negra”, “lista negra”, “ovelha negra”, “inveja branca”.
Desde sempre, inclusive atualmente, pessoas declaradas como pretas ou pardas são maioria no alfabetismo, índices de desempregos e menos salários, enquanto os brancos são a maioria em universidades, empregados e bem assalariados.
Podemos concluir que os negros foram marginalizados e excluídos da sociedade desde sempre, que não podemos naturalizar o preconceito, falas, hábitos e costumes preconceituosos, e como já dizia a Angela Davis “Em uma sociedade racista não basta apenas não ser racista, temos que ser antirracista”.
SIGNIFICADOS DOS TERMOS:
Preconceito: Quando você cria um conceito sobre algo ou alguém antecipadamente, e ainda é muito comum pessoas olhares para uma pessoa negra e enxerga uma pessoa “perigosa” (o que é ridículo, por que biologicamente não faz nenhum sentido).
Discriminação: Não confiar, achar incapaz, tratar de maneira diferente. Geralmente a descriminação é o ato promovido após um preconceito inserido na nossa cabeça.
Racismo institucional: São regras institucionais criadas que manifestam preconceito e racismo. Um exemplo que podemos usar é a abordagem policial, que mesmo que neguem, é diferente entre brancos e pretos.
Racismo estrutural: Existe porque a sociedade é racista, produz as instituições racistas, alimentam e nutrem o racismo com falas, hábitos e costumes.